📅 Abril no Mercado – Um mês de tensão, dados duros e reposicionamento global
- Neto Fortt
- 30 de abr.
- 3 min de leitura

Por Neto Fortt – Trader de Mercado Americano e Europeu | Elite Americana
O mês de abril foi marcado por forte volatilidade, mudanças de narrativa e um reposicionamento agressivo dos grandes players globais. O mercado oscilou entre expectativa de corte de juros, avanço da inteligência artificial nas big techs e o impacto direto da guerra comercial relançada por Donald Trump, que voltou à presidência pressionando cadeias globais com tarifas duríssimas.
A seguir, trago os principais destaques de abril, com foco nos eventos macro, balanços e comportamento dos índices:
🇺🇸 Estados Unidos: PIB negativo e inflação dividida
O PIB do 1º trimestre contraiu -0,3%, o pior desde 2022. O dado causou forte reação dos mercados e frustrou expectativas de resiliência da economia americana.
O principal motivo foi a explosão nas importações antes da aplicação das tarifas de Trump, o que derrubou a contribuição do comércio exterior.
Apesar disso, o consumo pessoal veio forte (+0,7%), mostrando que a economia ainda tem fôlego.
O PCE núcleo (mês a mês) ficou em 0,0%, indicando que a inflação está cedendo — algo que pode pesar nas decisões futuras do Fed.
🛑 Guerra Comercial: tarifas pressionam mercados
Trump impôs tarifa de 145% sobre produtos da China, além de uma tarifa temporária de 10% para vários outros parceiros comerciais, com prazo de 90 dias para renegociação.
As tarifas impactaram diretamente o setor automotivo, consumo e logística global.
Empresas como GM, Meta e Microsoft mencionaram os impactos diretos ou preventivos dessa política nos seus relatórios de lucros.
💼 Big Techs: IA sustenta lucros mesmo sob pressão
🔵 Microsoft (MSFT)
Receita: US$ 70,1 bilhões | EPS: US$ 3,46
Destaque: crescimento de 33% da Azure, com contribuição de 16 pontos vinda da IA.
A Microsoft reforçou sua liderança na computação em nuvem e integração de IA no Office e produtos corporativos.
🟣 Meta Platforms (META)
Receita: US$ 42,3 bilhões | Lucro Operacional: US$ 17,56 bilhões
A publicidade — que representa 98% da receita da empresa — se manteve sólida, mesmo com o aumento das tarifas.
A previsão de CapEx foi elevada para US$ 64–72 bilhões, com forte foco em IA e infraestrutura.
🇪🇺 Europa: dados resilientes e início de cortes no radar
O mês foi marcado por dados estáveis na inflação alemã (IPCs de 2,1%) e avanços no setor de serviços.
O PIB da zona do euro voltou a crescer marginalmente, com destaque para Reino Unido e Espanha.
O Banco Central Europeu manteve juros, mas sinais de possível corte em junho começam a ganhar força.
🛢️ Outros destaques:
Mercado de petróleo oscilou com tensões no Oriente Médio e preocupações com crescimento global.
Ouro e dólar alternaram entre rota de proteção e ajuste técnico, especialmente com o payroll mais fraco e PIB negativo.
China iniciou conversas discretas com os EUA sobre um novo acordo comercial, após queda abrupta no comércio bilateral.
📌 Resumo do mês por Neto Fortt
Abril foi um mês de transição de narrativa: os mercados saíram da euforia com IA para enfrentar a realidade dos impactos tarifários e a desaceleração econômica. A diferença entre expectativas e dados se alargou — e isso gerou movimentos bruscos nos índices, tanto nos EUA quanto na Europa.
Estamos diante de um cenário com mais intervenção estatal, protecionismo, inflação setorial e crescimento seletivo. A leitura de contexto é fundamental — e é exatamente isso que praticamos todos os dias na Elite Americana, com operações baseadas em macroeconomia real e eventos concretos.
Seguimos atentos.
Neto Fortt
Trader de Mercado Americano e Europeu | Elite Americana
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