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Apple tropeça na China e levanta sinal de alerta global

Por Neto Fortt – 01/05/2025

A Apple Inc. divulgou seu relatório de lucros do último trimestre fiscal com um dado que chamou mais atenção do que todos os outros: uma queda inesperada de vendas na China, seu segundo maior mercado. A receita na região caiu 2,3%, ficando em US$ 16 bilhões — bem abaixo dos US$ 16,83 bilhões estimados por analistas.

Apesar de o faturamento global ter crescido 5%, totalizando US$ 95,4 bilhões, o desempenho abaixo do esperado na China ofuscou os resultados positivos e fez as ações da empresa recuarem mais de 2% após o fechamento dos mercados. A Apple já acumulava uma queda de 15% no ano até ontem.


Concorrência local e barreiras políticas

O cenário na China é cada vez mais desafiador. A Apple perdeu espaço para marcas nacionais como Huawei, Xiaomi e Oppo, além de sofrer com restrições do governo chinês ao uso de tecnologia estrangeira em ambientes institucionais. O fato de a produção da empresa estar fortemente concentrada na China a torna ainda mais vulnerável — especialmente diante das novas tarifas comerciais impostas pelo governo Trump.

Além disso, a Apple ainda não conseguiu avançar significativamente em inteligência artificial na China, onde seus serviços enfrentam restrições e sua plataforma de IA não está disponível. Enquanto isso, concorrentes locais avançam com modelos dobráveis e designs inovadores, o que tem reforçado a percepção de que a Apple está ficando para trás.


iPhone 16e e os desafios da inovação

O iPhone continua sendo a estrela da receita, com vendas de US$ 46,8 bilhões — superando as estimativas. No entanto, esse crescimento foi tímido, inferior a 2%. O novo iPhone 16e, lançado como sucessor do modelo SE, foi criticado pelo preço elevado de US$ 599, considerado pouco competitivo frente à oferta das marcas chinesas.

Com poucas inovações em relação aos modelos anteriores e recursos de IA similares ao iPhone 15 Pro, a demanda de upgrade também foi menor.


Serviços sob pressão regulatória

O segmento de serviços, que inclui Apple TV+ e App Store, cresceu 12% e chegou a US$ 26,7 bilhões — em linha com as expectativas. No entanto, esse setor está ameaçado. Uma decisão judicial nos EUA determinou que a Apple permita métodos de pagamento alternativos na App Store, o que deve comprometer parte das comissões cobradas.

Ao mesmo tempo, o governo norte-americano pressiona para encerrar o acordo de buscas entre Apple e Google, que gera bilhões em receitas anuais.


Tarifas, incertezas e fuga estratégica

A Apple segue na mira da guerra comercial. Embora deva escapar de uma tarifa de 145% proposta sobre produtos chineses, novos impostos sobre eletrônicos estão no radar. A empresa já começou a deslocar parte da produção para a Índia, em uma tentativa de descentralizar sua dependência da China.

Curiosamente, o medo das tarifas acabou impulsionando as vendas neste trimestre atual, com consumidores antecipando compras para evitar futuros aumentos de preços.


Recompra bilionária e dividendo elevado

Em meio às turbulências, a Apple anunciou um aumento de US$ 100 bilhões no programa de recompra de ações e elevou o dividendo trimestral em 4%, para US$ 0,26 por ação — um sinal de que a empresa ainda confia no seu fluxo de caixa, apesar das nuvens no horizonte.


Conclusão: A Apple ainda é uma potência global, mas enfrenta um cenário cada vez mais hostil na China — um mercado crucial não apenas pelas vendas, mas pela produção. A combinação de concorrência doméstica agressiva, tarifas comerciais e pressão regulatória levanta um sinal de alerta. O futuro da gigante de Cupertino dependerá da sua capacidade de reagir com inovação real, reposicionar a cadeia de suprimentos e acelerar sua presença em IA, especialmente fora da China.

 
 
 

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